São Paulo (AUN - USP) - O Museu Biológico do Instituto Butantan concluiu recentemente um projeto junto a uma hidrelétrica no Tocantins. O trabalho durou três anos e visava monitorar aracnídeos e salvaguardar os moradores do local.
Em sua primeira etapa, a pesquisa buscou conhecer a fauna existente na região de influência do lago antes e depois do seu fechamento. Foram realizadas coletas de material ao longo do comprimento do rio aproximadamente quatro vezes por ano. As amostras foram analisadas com dois objetivos: identificar e quantificar as espécies coletadas.
O estudo foi realizado numa região de transição entre a Amazônia e o Cerrado, que era pouco conhecida em relação a sua fauna. “O trabalho tem um retorno direto para a pesquisa do Instituto e também para a Ciência. Durante o trabalho na barragem foi descoberta uma nova espécie de aranha venenosa”, afirma o professor Giuseppe Puorto, diretor do Museu. A nova espécie citada pelo professor é do grupo Lexoceles, popularmente conhecida como aranha marrom.
A segunda etapa do trabalho consistiu em salvaguardar a população da fauna perigosa (aranhas, escorpiões e cobras peçonhentas). Desta forma foram realizados treinamento e reciclagem dos profissionais das equipes médicas do local, quanto a primeiros socorros em caso de acidente, conduta e manejo de animais.
“O projeto tem também um trabalho de educação ambiental muito forte”, ressalta o professor. “São distribuídos folhetos, cartazes, a imprensa do local também divulga as informações a fim de conscientizar população.”
A solicitação do estudo ao Museu Biológico já demonstra uma preocupação com o meio ambiente. “Nosso trabalho não é no sentido de evitar desastres ambientais, ele decorre de uma preocupação anterior com o meio ambiente. Nós apenas participamos do processo”, conclui o professor Giuseppe.