São Paulo (AUN - USP) - Alunos do Instituto Oceanográfico descobriram altos níveis de produtos químicos na região do Saco da Ribeira em Ubatuba. Foram constatadas altas quantidades de cobre e estanho, associados às tintas usadas em barcos. Também foi encontrada grande presença de detergentes e óleos de uso doméstico. Os níveis mais elevados se encontram nas áreas mais internas do Saco da Ribeira, local onde estão as maiores marinas.
Os estudantes criaram um projeto para avaliar o grau de contaminação das águas. Através da coleta de água e sedimentos, os alunos puderam avaliar os níveis de poluentes. A interpretação dessas informações fornecerá uma base para um estudo dos possíveis impactos ambientais gerados pela atividade da marina.
Os alunos realizaram as coletas em setembro do ano passado, e além de medirem os níveis de poluentes na água, também foram coletados dados de temperatura, salinidade, corrente e profundidade da região.
Eleito o melhor entre três projetos apresentados pelos alunos no ano passado, ele tem como foco a produção de um mapa operacional para ilustrar as áreas onde os níveis de óleo, esgoto e metais, tanto no sedimento como na coluna de água, estão acima ou abaixo da média. Gabriel Carvalhaes, um dos alunos que concebeu o projeto explica: “Sempre ouvimos falar de contaminação nessa área das marinas e resolvemos checar se era verdade, esta é a primeira vez que levantam dados da região com este intuito”.
O projeto proporciona aos alunos um aprendizado prático do que eles vêem nas aulas. Apesar do apoio das marinas, os alunos tiveram contato com as dificuldades de se desenvolver um projeto: “Tivemos problemas em encontrar uma legislação reguladora dos níveis de poluentes, além de que vários equipamentos deram problema na hora, o que atrasou todo o projeto de coleta, nos obrigando a retornar para Ubatuba várias vezes”, comenta Gabriel.
Os resultados desse projeto já foram apresentados a órgãos públicos como a Sabesp, pelo diretor do Instituto Oceanográfico, Michel Mahiques.