São Paulo (AUN - USP) - Desde 2001, a Merluza tem apresentado claros sinais de sobrepesca. Em função disto, o pesquisador André Martins Santos concluiu em sua dissertação de Mestrado, defendida no Instituto Oceanográfico-IO da USP, que: “a pesca de arrasto deve ser restringida por quatro meses, sendo no estoque sudeste de outubro a janeiro, e no estoque sul entre abril e junho.”
A espécie era capturada em pequenas quantidades pelas frotas de arrasto, e a partir daquele ano tornou-se alvo de pescarias na plataforma externa e no talude superior, áreas mais afastadas da costa. Visando ordenar a pesca da espécie, o IO-USP fez um levantamento da população de Merluza na Região Sudeste-Sul, que abrange águas de Santa Catarina até o Rio de Janeiro. O estudo também serviu para levantamento de dados sobre crescimento, a mortalidade e a reprodução do peixe.
Foram analisados exemplares coletados junto às frotas pesqueiras no Rio de Janeiro, em Santos, em Itajaí e em Rio Grande, tanto no verão quanto no inverno. E após estas analises foram identificados dois estoques da espécie, um no Sudeste, e outro no Sul, este último compartilhado com a Argentina e o Uruguai.
Os peixes encontrados nas duas áreas têm períodos de desova diferentes. Os encontrados na região Sudeste tem o pico no verão, já os encontrados na região sul, o pico é no inverno.