São Paulo (AUN - USP) - Os pesquisadores Luciana Sartori e Paulo Polito ressaltaram a importância dos avanços proporcionados à pesquisa oceanográfica devido às inovações tecnológicas dos equipamentos utilizados nos últimos anos.
Um deles é o MOCNESS (Multiple Opening/Closing Net and Environmental Sensing System), um instrumento com múltiplas redes de coleta que podem ser abertas e fechadas conforme planejamento do pesquisador e que permite a obtenção de amostras mais específicas. Mesmo que seja de difícil manuseio devido a seu alto peso, a utilização do instrumento é vantajosa quando se necessita de dados precisos da água e do plâncton de parcelas específicas do oceano.
Outro equipamento que vem sendo cada vez mais utilizado é o LOPC (Laser Optical Plankton Counter). Trata-se de um instrumento capaz de captar e mostrar o perfil fracionado das partículas oceânicas, assim como a salinidade e a temperatura da água, sempre variando em função da profundidade. O uso do LOPC possibilita um processamento mais rápido e de melhor resolução dos perfis planctônicos encontrados. Também foi ressaltada a importância do uso do Gravador de Vídeos Planctônicos, que torna possível o estudo de microorganismos frágeis que provavelmente sofreriam danos ao serem coletados por uma rede ou garrafa.
Luciana Sartori também apresentou recentes aquisições do Instituto Oceanográfico da USP, como a Armadilha de Sedimento (Sediment Trap), que pode ser encontrada em três diferentes modelos e que é utilizada para a obtenção de dados sobre partículas em sistemas aquáticos.
O pesquisador Paulo Polito, por sua vez, expôs os avanços tecnológicos relacionados ao sensoriamento remoto dos oceanos. A utilização de satélites é um método de coleta de dados sem contato físico no registro da informação e que se dá através da radiação eletromagnética.
Um dos exemplos é o satélite europeu SMOS (Soil Moisture and Ocean Salinity) capaz de medir a salinidade dos oceanos em grande quantidade de detalhes. Há também o instrumento Aquarius SAC-D, de mesma finalidade, que será lançado ao espaço no início de 2011. Ambos os equipamentos são importantes para o estudo do balanço hidrológico dos oceanos e a possível previsão de mudanças climáticas e suas consequências, como enchentes.