São Paulo (AUN - USP) - Dos 95 oceanógrafos já formados pelo Instituto Oceanográfico (IO) da USP desde 2005, atualmente metade segue na vida acadêmica, fazendo mestrado ou doutorado, 37% trabalham em empresas públicas ou privadas e 13% não trabalham com oceanografia. Estes são alguns dos dados revelados por uma estatística feita pelo pesquisador e ex-aluno do IO, Helvio Gregório.
A dúvida entre continuar na academia para pesquisar e sair para o mercado de trabalho é freqüente entre os jovens que estão se formando na universidade. O ritmo de trabalho exercido e o retorno obtido em cada um dos ambientes é muito distinto, fazendo com que os alunos fiquem indecisos.
No entanto, alguns já sabem que caminho seguir muito antes do curso terminar. Este foi o caso de Marcos Tonelli, formado na primeira turma do IO e hoje doutorando na área de Oceanografia Física. “Antes de entrar aqui, já sabia que queria continuar na área acadêmica”, conta. O pesquisador ainda teve a oportunidade de estagiar durante cinco meses em uma empresa, o que confirmou sua preferência pela pesquisa. Dentre todos os profissionais já formados pelo IO que atualmente estão envolvidos com a vida acadêmica, 88% seguiram diretamente da faculdade para a pesquisa.
Há também a possibilidade de conciliação entre os dois lados. Foi o que fez o próprio Helvio Gregorio, responsável pela criação da estatística, que conseguiu concluir seu mestrado trabalhando em uma grande empresa. Ele faz parte de uma minoria: dentre os formados que estão no mercado atualmente, apenas 10% conseguiram fazer um mestrado ou doutorado simultaneamente ao trabalho. “O mestrado exige uma grande carga horária de dedicação, então não foi fácil”, ressalva.
O professor Ilson Silveira, que presidiu a mesa-redonda, concorda que a conciliação entre trabalho e pesquisa não é fácil, mas ressalta que é possível. “O preço é alto, mas o mercado de trabalho é dinâmico e está em busca dessas nuances”, enfatiza. Silveira também ressaltou a importância da obtenção de algum destaque no mercado de trabalho, que está cada vez mais competitivo com a criação de diversos cursos de Oceanografia.
Outra opção para os recém-formados é a de fazer primeiro uma pesquisa e, só então, adentrar o mercado. Dos oceanógrafos formados no IO que estão trabalhando atualmente, 18% escolheram esta opção. No entanto, a maioria deles ainda é composta por profissionais que foram para o mercado de trabalho e lá permaneceram, sem se voltar para a pesquisa, o que contabiliza 72%.