São Paulo (AUN - USP) - Quando se pensa no Instituto Oceanográfico (IO-USP), dificilmente vem à cabeça um carrinho de rolimã. Muito menos um que é também um sofá móvel, uma jangada, uma ilha. Esta realidade um tanto surreal começou em 2005, quando o então calouro Guilherme Schultz participou do Grande Prêmio Poli representando o Instituto. No ano seguinte, a equipe estava fundada. “O nome Sereias do Asfalto veio da intenção de fazer algo ligado ao mar, mas que fosse divertido. Queríamos também relacionar com o S do Senna”, contou.
O inusitado já é tradição no time, que costuma escolher o tema do veículo cerca de uma semana antes de descer a rampa. “A alegoria é sempre uma luta. Deixamos para a última hora, mas tentamos fazer algo inovador e fácil”, resume Guilherme.
Infelizmente, a corrida costuma ser o único dia disponível para ver os carrinhos em ação. “Temos o intuito de montar uma base firme que possibilitasse qualquer tipo de alegoria, mas todas foram destruídas no em acidentes ocorridos no trajeto”, contou.
Além de alunos e ex-alunos da Oceanografia, participam amigos e funcionários da Unidade, que ajudam na montagem. Segundo Guilherme, hoje “os carrinhos que são realmente projetos de engenharia, mas no passado eram muito mal feitos. Era pregar uma madeira na outra e descer o GP”, conta. A mudança de atitude tem a ver com a vontade de finalmente levar o “caneco”, a condecoração máxima. O time já tem dois prêmios de Melhor Alegoria, vencidos em 2009 e em 2011.
O mais recente vencedor, o Hovercraft decorado com uma mesa de pôquer do Centro Acadêmico da Unidade, foi feito na noite anterior à disputa, que aconteceu em 11 de junho. “Estávamos em época de provas finais e muita correria. A base foi montada uma semana antes, mas faltava definir a alegoria. As idéias iniciais eram thundertank, bandeja, navio, aquário. Definimos num lampejo após alguns goles de cerveja e varamos a noite construindo”, lembrou.
Bem-humorada, a equipe transformou o dia da competição – organizada semestralmente pelo Centro Acadêmico da Mecânica da Escola Politécnica desde os anos 1980 – em uma tarde de diversão com direito a churrasco, tenda e bandeiras comprados com a venda de camisetas com o emblema do Sereias. “O carrinho de rolimã não só é reconhecido como um esporte como é a maior tradição que o Instituto tem”, concluiu Guilherme.