ISSN 2359-5191

10/09/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 83 - Ciência e Tecnologia - Instituto Oceanográfico
Evento discute formas alternativas de geração de energia

São Paulo (AUN - USP) - Com o tema Oceanografia 2020: cenários e perspectivas, a 7ª Semana Temática de Oceanografia ocorreu nos dias 27 a 31 de agosto, no Instituto Oceanográfico da USP (IO-USP). O evento contou com palestras, mesas redondas, minicursos e workshops que buscaram debater o papel da oceanografia no cenário atual e futuro, mostrando novas visões e propostas de pesquisadores da área.

Um desses pesquisadores, e palestrante do evento, é Paulo César Vergne de Abreu, professor titular do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que falou sobre o cultivo de microalgas marinhas para a produção de biocombustíveis e outros bioprodutos de interesse comercial. Com apoio financeiro da Petrobras, sua pesquisa foi capaz de encontrar espécies de microalgas aptas a viver em ambientes inóspitos, como a água utilizada e despejada na extração de petróleo, chamada água de produção.

“Além de conseguirem se reproduzir em espaços reduzidos e não aptos à agricultura, descobrimos que essas microalgas são eficientes na despoluição dessa água de produção, barateando o processo”, afirmou o professor. Segundo ele, a produção de biocombustível em larga escala ainda é um objetivo distante e depende da continuidade do investimento, mas outros bioprodutos animam o pesquisador: “Já temos condição de obter das microalgas, por exemplo, o Ômega-3, muito utilizado nas indústrias farmacêutica e alimentícia e mais lucrativo que o biocombustível”.

A geração de energia a partir das ondas do mar foi outro tema discutido no evento, através da palestra de Eliab Ricarte Beserra, pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-gradução e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ) e gerente do projeto de implantação do primeiro protótipo de energia das ondas da América Latina no Porto do Pecém/CE. Ele discorreu sobre as vantagens do uso da energia das ondas e marés, uma fonte renovável, limpa, de localização flexível, que é alternativa aos combustíveis fósseis, especialmente considerando o caso do Brasil, que possui um extenso litoral e grande potencial, “principalmente no norte do País, com destaque para os estados do Amapá, Pará e Maranhão”, afirma Eliab.

Segundo o palestrante, a principal dificuldade no desenvolvimento dessa tecnologia é o conhecimento limitado que se tem sobre ela. “O cientista trabalha no escuro, é preciso testar novas alternativas e investir sem ter a certeza do resultado imediato.” No entanto, destaca que o potencial energético dos mares não pode ser descartado. ”O consumo de energia vai aumentar e o mundo não pode se manter numa matriz energética viciada no uso de combustíveis fósseis, não-renováveis.”

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