ISSN 2359-5191

25/08/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 09 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Tese brasileira atualiza dados internacionais sobre o Atlântico Sul

São Paulo (AUN - USP) - Os dados sobre o oceano Atlântico Sul estão agora mais completos. A circulação de suas águas foi assunto da tese de mestrado de Marco Aurélio Granero no Instituto Oceanográfico (IO). Formado em matemática pela Unicamp, Marco optou pela aplicação das equações matemáticas na área prática da oceanografia física. A tese foi baseada na comparação entre equações conhecidas como “modelos numéricos” – que fazem uma perspectiva das condições marítimas locais - promovidas pelo National Center for Atmospheric Research (NCAR) e a situação real na região. Esse centro federal dos EUA, juntamente com universidades e outros centros, dedica-se à pesquisa da atmosfera e sua interação com os oceanos, com o sol, com a biosfera e com a sociedade.

Os estudos sobre o Atlântico Sul sempre foram pouco desenvolvidos, por isso Marco optou por fazer ajustes nas equações que se referem diretamente à região e influenciam o litoral brasileiro. Os modelos teóricos sobre o oceano apresentam distorções por serem equações dependentes de condições naturais. Salinidade, temperatura, velocidade das correntes marítimas, mudam constantemente com o tempo e, às vezes, não influenciam diretamente nas equações por não serem significativas em determinados lugares.

Marco analisa especificamente a circulação das massas d’água. São essas massas, que contêm as mesmas características de salinidade e temperatura, que definem as correntes marítimas. E são essas correntes que afetam, primeiramente, o comportamento pesqueiro da costa e mudanças nas geleiras do oceano e, posteriormente, mudanças climáticas na atmosfera. “A resposta que obtive comparando as equações com a situação local do Atlântico Sul foi o meu trabalho. Esta resposta serve de base para melhorar o modelo numérico, e assim tornar isso mais representativo para auxiliar futuros projetos e estudos de prevenção na região”, diz Marco, e complementa, “uma das conclusões a que cheguei, por exemplo, foi que as velocidades das correntes estavam subestimadas, abaixo do esperado”.

As respostas obtidas com o estudo foram repassadas ao NCAR através da coordenadora do Laboratório de Metereologia do IO e também orientadora de Marco, Ilana Wainer. Ilana costuma ir ao centro norte americano pelo menos uma vez ao ano, e fez uma apresentação dos resultados, que serviram para atualizar os antigos modelos numéricos. Após o trabalho de Marco, que foi pioneiro, cerca de mais dois estudos brasileiros já se ocuparam em renovar os dados.

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