São Paulo (AUN - USP) - O Instituto Butantan, em ação conjunta com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e com o Ministério da Saúde, prepara-se para iniciar ainda em 2004 a construção de uma fábrica de vacina contra a gripe. A instituição está avaliada em R$ 55 milhões e será a primeira no Brasil a deter a tecnologia de fabricação da vacina.

Espera-se que a partir de 2007 a fábrica produza 17 milhões de vacinas por ano, ao custo de cerca de R$ 90 milhões. Os primeiros beneficiados serão idosos, servidores da Saúde, indígenas e outros grupos de pessoas mais afetadas pela doença.

Neste ano, o governo federal comprou do laboratório franco-alemão Aventis Pasteur, seu único fornecedor, 17 milhões de vacinas – no valor de R$ 105 milhões -- para imunizar a população com 60 anos ou mais. Em contrapartida à exclusividade, o laboratório vai transferir a tecnologia da fabricação da vacina.

Mas segundo Otávio Mercadante, diretor do Instituto Butantan, o processo de transferência de tecnologia já havia se iniciado em 2000, quando o laboratório começou a capacitar os funcionários do instituto. Em 2001, o Butantan passou a envasar e a controlar a temperatura e a qualidade da vacina antigripal importada usada na campanha nacional de vacinação dos idosos.

Em 2004, o processo ficou um pouco mais complexo: o instituto começou a misturar as três cepas do vírus influenza que compõem a vacina. As doses misturadas foram remetidas à França para serem testadas pela Aventis Pasteur. Todas foram aprovadas.

Mercadante diz que o plano para 2005 é misturar parte das vacinas, e já utilizá-las na campanha nacional de vacinação dos idosos. A próxima etapa será a produção completa da vacina na fábrica que será construída. O processo inclui a compra de 17 milhões de ovos de galinha, nos quais as cepas do vírus da gripe serão inoculadas para a obtenção da vacina.

O prédio da fábrica ocupará uma área de 2.000 m², no próprio instituto. A obra, que está em licitação, é estimada em R$ 15 milhões, e será bancada em sua totalidade pelo governo estadual. Mas a compra dos equipamentos, no valor de R$ 40 milhões, será executada por verba federal do Ministério da Saúde.