ISSN 2359-5191

06/10/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 13 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Congresso Brasileiro de Oceanografia discute conseqüências ambientais e econômicas de corrente marítima

São Paulo (AUN - USP) - A corrente oceânica do Brasil, que banha as costas leste, sudeste e sul do país, e influencia alterações climáticas, ainda é pouco estudada. Conhecer seu funcionamento é muito importante para uma série de atividades econômicas. Esta corrente marítima determina o transporte de calor da região tropical para a região de clima temperado, e modifica as condições de nutrientes para o plâncton (minúsculos seres que vivem nos oceanos). Até a atividade pesqueira pode ser afetada, embora não de uma forma tão direta, como explica o professor Dr. Ilson Carlos Almeida da Silveira, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP.

Foi o interesse despertado por este assunto que levou o professor Ilson a escolhê-lo como tema de sua palestra no Congresso Brasileiro de Oceanografia. O evento, a ser realizado em Itajaí, em Santa Catarina, de 10 a 15 de outubro, será o primeiro desse porte no Brasil a discutir oceanografia. Além do grande número de profissionais brasileiros e estrangeiros de destaque na área, haverá dois navios da marinha ligados à pesquisa oceanográfica, que estarão abertos à visitação no porto de Itajaí.

Especialista em oceanografia física, o professor Ilson pesquisa as variações de meso-escala da corrente do Brasil, ou seja, as que ocorrem tipicamente em curtos períodos, como um mês. As correntes são formadas por meandros, espécie de rios de água salgada que correm no mar, e vórtices, que funcionam como se fossem pequenos furacões no oceano, embora calmos. Na instalação de uma plataforma de extração de petróleo, por exemplo, se não for calculada a passagem destes vórtices, uma corrente que flui para o sul pode começar a fluir para o norte e causar prejuízos. “Isso requer todo um dimensionamento e uma separação dessas estruturas para suportar esse esforço”, afirma o professor.

Nas regiões costeiras é importante saber a sua taxa de sedimentação, o quanto de material das várias fontes rochosas se depositam nestas costas em determinado tempo. Isto é fundamental na construção de portos, marinas e até conjuntos habitacionais no litoral. Este tema será discutido no Congresso em Itajaí pelo professor Moyses Gonsalez Tessler. “Os navios estão cada vez maiores, ocupando uma maior extensão na sua parte inferior à linha d’água, então precisamos de áreas portuárias grandes, largas e profundas para cada vez poder importar e exportar mais”, afirma. Muitas vezes esses ambientes são criados, e se uma dessas áreas recebe muitos sedimentos, pode ocorrer um processo de assoreamento com implicações ambientais e econômicas.

Mais informações:
http://www.cttmar.univali.br/~cbo2004
Professor Moyses Gonsalez Tessler: mgtessle@usp.br

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