ISSN 2359-5191

07/05/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 14 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Análise das mudanças na costa ajuda a identificar vulnerabilidade das praias

O Laboratório de Dinâmica Costeira (LDC) do IO (Instituto Oceanográfico)/USP busca, por meio do estudo das condições físico-climáticas das áreas litorâneas, observar sua relação com o ambiente costeiro. “Tentamos entender aquilo que controla o ambiente - marés, correntes, esse tipo de forçantes (fenômenos da natureza que influenciam o comportamento do mar e da costa) - e como o ambiente responde a isso”, explica o professor Eduardo Siegle, responsável pelo grupo. Desta maneira, a pesquisa é voltada para o fornecimento de dados que contribuam para o melhor entendimento dessas regiões e de como podemos manejá-las corretamente. 

Monitoramento do litoral

O essencial para o funcionamento desse grupo de pesquisa é a junção do trabalho de campo com o monitoramento remoto. O trabalho de campo envolve a utilização de equipamentos como bóias e motos aquáticas para medição em áreas onde o acesso de barcos de grande porte é impossível, dada a proximidade da costa. Já para o monitoramento são instaladas câmeras de foto e vídeo à beira-mar, que registram durante um período extenso as mudanças na costa.

Além do registro, o estudo envolve a criação de perfis. “Usamos modelos numéricos para reproduzir as forças naturais e captar as diferenças entre situações”. Entre as medições feitas, pode-se citar mudanças morfológicas e a variação do nível do mar. Esses modelos são feitos com o auxílio da tecnologia, com softwares bastante desenvolvidos.

Como resultado da pesquisa, é possível montar perfis das áreas estudadas e definir a vulnerabilidade das praias. “A ideia é entender os processos que afetam esses lugares. A interação entre o que afeta o ambiente e como ele responde. Conhecendo o funcionamento, podemos prever cenários de mudança climática”, conclui Siegle.


Parcerias e locais de trabalho

O laboratório realiza trabalhos em toda a costa brasileira, em parceria com outras instituições. Siegle cita o projeto AmbTropic, do INCT (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia), como um ponto importante. Esse projeto, que envolve parceiros como a UFBA (Universidade Federal da Bahia) e a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), visa entender a resposta dos ambientes marinhos às mudanças climáticas e seus efeitos sobre a população. O LDC faz parte de um subprojeto chamado “Respostas da Linha de Costa”, que estuda a vulnerabilidade de diversas regiões costeiras frente às mudanças climáticas.

O maior local de estudo é o litoral paulista. Locais como Santos, Maresias e Ubatuba. “O local é definido basicamente ao encontrarmos uma área que tenha um fenômeno interessante e tentamos entender como ela responde às forçantes.” Alguns projetos, principalmente  os voltados para a graduação, tem duração curta. Mas, de maneira geral, o monitoramento de uma área dura vários anos.


(Foto: Eduardo Siegle)

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